A ameaça silenciosa; quando a extrema-direita global mira o Brasil
Brasil repleto de "agentes X9" travestidos em políticos corruptos num congresso submisso ao discurso da extrema direita porralouca entregando suas riquezas aos interesses norte-americanos

Paulo Góis
Lendo artigos da imprensa internacional, percebo o quanto é preciso estar atento — e ir além das aparências. À primeira vista, pode parecer exagero ou teoria da conspiração, mas o que se apresenta é um movimento real, articulado e profundamente perigoso. O Brasil, com sua riqueza cultural, reservas naturais e posição estratégica no cenário internacional, tornou-se alvo de interesses obscuros, orquestrados por agentes estrangeiros e seus aliados internos, sob justificativas ideológicas. Grupos organizados, com forte presença econômica, atuação digital intensa e discurso radicalizado, avançam sobre as instituições democráticas brasileiras e buscam minar os fundamentos da nossa soberania em nome de seus próprios interesses.
No epicentro desse movimento está a chamada alt-right — sigla para alternative right, ou direita alternativa. Trata-se de uma corrente de extrema-direita americana que vem ganhando dimensão internacional, cuja ideologia é marcada por racismo, antissemitismo, revisionismo histórico, supremacismo e autoritarismo. A alt-right não possui uma estrutura única, mas encontra nas redes sociais seu principal campo de batalha, onde atua de forma provocadora, cria narrativas distorcidas e promove desinformação em escala global. Um de seus principais ideólogos, Richard Spencer, defende abertamente a ideia de raça pura ou supremacia branca e chegou a deslegitimar figuras históricas como Martin Luther King Jr., classificando-o como uma “fraude”.
Agentes dessa organização não apenas idealizam, mas também articulam. Transitam com desenvoltura entre setores da política americana e mantêm conexões diretas com aliados no Brasil. Seu projeto não é apenas de poder político — é de dominação cultural, econômica e simbólica. Com o apoio silencioso das grandes plataformas tecnológicas, pretende-se impor uma nova ordem mundial, fundada na submissão ideológica e no enfraquecimento das identidades nacionais, transformando nações em estados subservientes. O Brasil precisa abrir os olhos. Proteger nossos valores democráticos, nossa cultura e nossa autonomia é mais do que uma urgência: é uma questão de sobrevivência. É ingênuo acreditar que os motivos são puramente ideológicos. Afinal, o que está em jogo é o futuro de nossos filhos e netos.