Marcelo Tas faz palestra sobre comunicação e inteligência artificial na ExpoEduc 2025
Tas se tornou uma figura emblemática da televisão educativa brasileira, especialmente nos anos 1990, ao interpretar personagens marcantes como o Professor Tibúrcio no programa Rá-Tim-Bum e o Telekid em Castelo Rá-Tim-Bum, ambos exibidos pela TV Cultura.

Na segunda noite da ExpoEduc 2025, o Palco Max foi o cenário de uma das apresentações mais aguardadas do evento: a palestra do ator, roteirista, diretor e escritor Marcelo Tas. Com seu humor característico, inteligência aguçada e olhar atento para as transformações tecnológicas contemporâneas, Tas conduziu uma reflexão instigante sobre o tema “Comunicação na Era da Aceleração Digital”.
A apresentação começou com uma breve narrativa de sua trajetória acadêmica e profissional. Marcelo relembrou sua passagem pelo curso de Engenharia, onde, apesar de não se identificar com a área, deu seus primeiros passos na comunicação ao editar um jornal interno para os colegas de faculdade. A vocação falou mais alto, e ele logo migrou para o curso de Comunicação Social, onde aprofundou sua paixão pelas mídias. Durante esse período, realizou um estágio nos Estados Unidos, recusou uma proposta de trabalho na Rede Globo e iniciou sua carreira na TV Educativa, com destaque para programas de grande sucesso, como Castelo Rá-Tim-Bum.
Tas se tornou uma figura emblemática da televisão educativa brasileira, especialmente nos anos 1990, ao interpretar personagens marcantes como o Professor Tibúrcio no programa Rá-Tim-Bum e o Telekid em Castelo Rá-Tim-Bum, ambos exibidos pela TV Cultura. Ele também atuou em outras produções de relevância, como O Mundo no Ar e Plebiscito MTV, sempre com o objetivo de unir informação, educação e entretenimento.
Durante sua fala, Marcelo Tas abordou a evolução da comunicação em meio ao avanço das tecnologias digitais, com destaque para a onipresença dos smartphones e redes sociais. Para ilustrar sua análise, apresentou duas imagens emblemáticas de jogos de basquete nos Estados Unidos: a primeira, de décadas passadas, mostrava uma plateia vibrante e conectada ao momento; a segunda, mais recente, revelava um público preocupado em registrar o evento com seus celulares, muitas vezes deixando de vivenciar a emoção do jogo com os próprios olhos. A comparação reforçou seu ponto de vista sobre como a tecnologia pode interferir na percepção e na experiência humana.
Um dos pontos centrais da palestra foi a inteligência artificial. Segundo Tas, embora essa tecnologia represente uma das maiores revoluções contemporâneas, ela precisa ser utilizada com responsabilidade e senso crítico. “A inteligência artificial precisa de um filtro inteligente — e humano — para ser bem aproveitada. Os professores, nesse contexto, são os profissionais mais preparados para guiar esse processo”, afirmou.
O palestrante destacou que a IA pode ser uma ferramenta poderosa de apoio, desde que orientada por perguntas bem formuladas e por mentes criativas. Caso contrário, tende a se tornar apenas um repetidor de conteúdos genéricos e pouco inovadores. Ele também alertou para o risco da dependência cega dos usuários em relação às respostas fornecidas por programas automatizados, sem checagem ou aprofundamento.
Ao final, Marcelo Tas fez um apelo para que as pessoas cultivem a criatividade e não se acomodem em repetir ideias ultrapassadas. Para ele, inovar é mais do que acompanhar a tecnologia — é saber usá-la a serviço de novos modos de pensar, ensinar e viver.
A palestra foi recebida com entusiasmo pelo público, que lotou o espaço e interagiu ativamente durante toda a apresentação, reafirmando a relevância de discussões que colocam a educação, a comunicação e a tecnologia no centro das transformações sociais contemporâneas.