Você sabe o que é processar alimentos? Especialistas explicam benefícios e importância para segurança alimentar

Nutricionista embaixadora da Abimapi e porta-voz do projeto Comer Com Ciência do Ital esclarecem a importância da ciência, tecnologia e inovação para garantir alimentos mais nutritivos, seguros e duradouros

Você sabe o que é processar alimentos? Especialistas explicam benefícios e importância para segurança alimentar

Você sabe o que significa processar um alimento? Apesar de ser uma ferramenta fundamental para garantir mais segurança, durabilidade e praticidade na alimentação, o processamento muitas vezes é mal visto, mas é uma prática milenar para transformar matérias-primas em alimentos próprios para consumo e conservá-los, evitando o desperdício e garantindo sua disponibilidade em diferentes lugares e épocas do ano, além de atender as necessidades de cada pessoa.

 

“Processar é qualquer técnica que altera as características físicas ou químicas de ingredientes e do próprio alimento. O processamento vai muito além das indústrias, começando em nossas próprias cozinhas. Para fazer picles, pão ou iogurte, recorremos à fermentação. Quando assamos, fervemos, fritamos ou grelhamos, executamos processos térmicos. Ao usar o calor para remover grande parte da água no preparo de compotas e geleias, aplicamos o processo de concentração”, esclarece Jaqueline Harumi Ishikawa, diretora do Núcleo de Comunicação Científica do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

 

Como uma das porta-vozes do projeto Comer Com Ciência, coordenado pela instituição para disseminar informações confiáveis que esclarecem temas complexos sobre ciência e tecnologia de alimentos, Jaqueline frisa que impulsionar a inovação na área é também viabilizar processos cada vez mais seguros e eficientes no uso de recursos e produtos alimentícios cada vez mais acessíveis, nutritivos, saudáveis e sustentáveis.
 

“O congelamento, por exemplo, transforma em cristais de gelo a água presente em muitos alimentos: a baixíssima temperatura atingida impede o crescimento de microorganismos e, assim, prolonga a vida útil do alimento. Da mesma forma, a conservação em vinagre, como o picles, é um método tradicional de processamento”, complementa a nutricionista Bianca Naves, consultora e embaixadora da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), parceira estratégica do Comer Com Ciência, que há um ano mantém no ar o perfil comercomcienciaoficial no Instagram abordando temas como qualidade nutricional, segurança alimentar, processos produtivos e mitos sobre os alimentos.

 

A diferença dos alimentos feitos em casa ou em serviços de alimentação para os industrializados, segundo Jaqueline, é que o processamento ocorre em equipamentos dedicados à produção em larga escala. “Esse processo industrial garante que produtos como biscoitos, pães e massas fiquem frescos por mais tempo sem perder a qualidade. Por meio da ciência e da tecnologia aplicadas, é possível produzir de forma padronizada e em grandes quantidades”, exemplifica.

 

Todo alimento tem nutriente
“Enquanto algumas técnicas caseiras e industriais visam principalmente a segurança e conservação, outras enriquecem nutricionalmente os alimentos. O importante mesmo é analisar o alimento como um todo e fazer escolhas equilibradas, considerando a variedade e a quantidade adequada de nutrientes”, esclarece a nutricionista Bianca Naves.

 

Lembra também que a ciência e a tecnologia de alimentos não reconhecem o termo "ultraprocessados". “A quantidade de processos não tem relação com o valor nutricional, portanto não determina se um alimento é ou não adequado para consumo”, finaliza.
 

Sobre a Abimapi

Uma das maiores associações alimentícias do país, a Abimapi representa mais de 90 empresas que detêm cerca de 80% do setor e geram mais de 260 mil empregos diretos. Só no Brasil, responde por um terço do consumo de farinha de trigo. Sua missão é fortalecer e consolidar as categorias de biscoito, macarrão, pão e bolo industrializados nos cenários nacional e internacional.
 

Sobre o Ital

O Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital-Apta-SAA) desempenha um papel central na inovação das áreas de alimentos, bebidas, ingredientes e embalagens desde 1963. Sediado em Campinas/SP, certificado na ISO 9001 e credenciado pela Anvisa, congrega dezenas de laboratórios e plantas-piloto, oferecendo suporte ao setor produtivo por meio de pesquisa, desenvolvimento de novos produtos e processos, análises laboratoriais, assistência técnica especializada, capacitação profissional e difusão do conhecimento. Acesse o site oficial: www.ital.agricultura.sp.gov.br